| Z a ZERO de Wilmar Silva |
No posfácio de "Z a ZERO", editado pela Anome Livros, de Belo Horizonte, Fernando Aguiar escreveu: "Com uma temática conceptual que não retira nada à sua essência, estes poemas são trabalhados de uma forma rigorosa nos conceitos que referi: têm uma estrutura poderosíssima, um som muito próprio, no aspecto estético são poemas concebidos pela repetição de cada letra por cada uma das vinte e seis que constituem o alfabeto, integrando ainda a ambiguidade conferida pelo registo descritivo da numeração com a correspondente supressão das vogais que, embora abstratizando no início, estimulam uma abordagem activa por parte do leitor na interpretação do corpo daquela construção consonântica, para que cada verso de cada soneto seja entendido na sua totalidade."
Wagner Moreira, poeta e professor, no texto publicado no "Suplemento Literário de Minas Gerais" sobre "Z a ZERO", refere o seguinte: "Outra inferência possível sobre esses poemas de exceção é a que alude a uma solução gráfica para se manter o padrão visual do conjunto poético, o que fortalece a organicidade sistêmica do livro em sua face imagética. Veja-se a capa e já terá o leitor a sensação vertiginosa sobre qual lado deverá prevalecer para o ato da interação receptiva da obra. O grande "Z" que ali figura faz girar os sentidos possíveis de abertura do objeto livro e, guarda, com leveza estranha, uma vizinhamça com a letra ene, homônima do poema eixo que põe em fuga o excesso de racionalidade expressada pelo poeta."
O poeta e crítico Leonardo de Magalhaens afirma que "Aqui o Poeta vem desfazer a própria poética. Ainda mais se lembramos que o poeta Wilmar Silva é o autor de obras diametralmente opostas, mais líricas, ainda que ásperas. “ANU” e “Cachaprego” são os exemplos mais polêmicos deste fenômeno. Obras que confundem pelo expressionismo, pela palavra-alada oralizada ainda que graficamente segmentada, truncada, mesclada, embolada. Tanto ANU quanto Cachaprego são gráfico-e-sonoridade, Concretismo e Poesia Sonora ao mesmo tempo. "
WILMAR SILVA, Rio Paranaíba, Minas Gerais, Brasil, 30/04/1965. Poeta, performer, editor, curador, artista visual e sonoro. Ensaísta/criador/curador do projeto de pesquisa de poesia de línguas neolatinas PORTUGUESIA MINAS ENTRE OS POVOS DA MESMA LÍNGUA, ANTROPOLOGIA DE UMA POÉTICA (Anome Livros/MG/Brasil, 2009), contraantologia em livrodvd com 101 poetas de Portugal, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Brasil (Minas Gerais). Fundador/editor da Anome Livros, prêmio Jabuti/2009. Curador do projeto de leitura, vivência e memória de poesia Terças Poéticas (Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais/Palácio das Artes/Belo Horizonte/MG/Brasil). Diretor/roteirista/apresentador do programa Tropofonia (prêmio Roquette-Pinto/2010), rádio educativa 104,5 UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Poesia traduzida e publicada em espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, finlândes, húngaro. Ecoperformances de poesia biosonora apresentadas no Brasil e América, Europa e África.Rio de Janeiro 2011
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