| Sara Ramo |
SARA RAMO – PENUMBRA
Ao visitar a Fundação Eva Klabin, a artista se interessou pelo fato de a colecionadora trocar o dia pela noite, e isso a levou naturalmente a escolher o quarto de dormir, o closet e o banheiro – justamente as partes da casa reservadas ao universo da intimidade – para fazer a sua intervenção. O curador comenta que ao conversar com a artista percebeu que seu interesse era pelo lado hipnagógico da realidade, “esse momento entre o sono e a vigília, em que as imagens dominam a nossa mente e ficamos como que prisioneiros de um estado de passagem entre o mundo da realidade e o mundo dos sonhos”. “A obra de Sara Ramo é um ótimo contraponto ao trabalho solar da Maria Nepomuceno”, diz. Ele observa que Sara Ramo trabalha com a desnaturalização do cotidiano, transformando coisas banais em fatos surpreendentes. E é isto que ela está trazendo para a casa-museu de Eva Klabin, ao povoar o quarto com seus sonhos. Ela opera com as camadas subterrâneas das imagens, como se quisesse capturar o momento de sua emergência no mundo da realidade.
Sara Ramos diz que sua ideia “é que tudo esteja em penumbra, e que o espectador tenha que deixar sua visão habitual e se acostumar aos poucos, como em um quarto escuro quando acordamos e não distinguimos muito bem a natureza das roupas empilhadas. O que ele vai encontrar são situações pouco usuais e absurdas como a mudança dos móveis, vultos estranhos, esculturas espaciais que vamos mais adivinhar do que realmente ver”.
Ela ressalta que tem dificuldade em definir seu trabalho. “É um caminho, algo que se repete e muda ao mesmo tempo, uma experimentação com o espaço, os objetos”. Sara Ramo diz que seu interesse é que o espectador o habite: “que o faça seu”.
Nascida em Madri, em 1975, Sara Ramo se divide entre a capital espanhola e Belo Horizonte. Realizou seus estudos na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Entre algumas de suas exposições individuais se destacam “La Banda de los Siete”, no Espacio de Arte Contemporáneo, em Montevidéu (2011); “Simetrias”, na Galeria Estrany-de la Mota, em Barcelona, Espanha (2010); e “Movable Planes”, na The Photographer’s Gallery, Londres (2009). Entre as exposições coletivas estão “The Near and the Elsewhere”, na PM Gallery & House, Londres (2012); “H BOX: (Loops)”, Art Sonje Center, Seul (2011); 29a Biennal de São Paulo/ Há sempre um copo de mar para um homem navegar, Brasil (2010); “Fare Mondi // Making Worlds...”, 53 Biennale di Venezia, Itália (2009), e “Los Impoliticos”, PAN – Palazzo delle Arti Napoli, Nápoles, Itália (2009).Rio de Janeiro 2012
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©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
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