| “Vi Ver” by Nair Benedicto |
Fotografias divididas em duas temáticas: “Amazônias” e “Desenredos”, registradas entre 1971 e 2011, com textos de Rubens Fernandes Junior, Atenela Feijó, Juneia Mallas, Siã Osair Sales, Andréia Peres e Lais Tapajós.
Na série “Amazônias”, cuja pluralidade expressa no título é reflexo do material produzido, Nair nos apresenta as várias Amazônias que testemunhou: das aldeias indígenas, do extrativismo e do surgimento de cidades. “Tive a oportunidade de documentar momentos fundamentais, nos anos 80 e 90, quando o próprio governo estimulava o desmatamento”, conta. “Trabalhei com tribos como os Kayapós, naqueles tempos com mais de 40 anos de contato, e também com os Araras, um mês após serem contatados, entre outros”, diz ainda.
“Desenredos”, por sua vez, é uma compilação de retratos sociais e culturais feitos em cantos diversos do Brasil. As imagens dessa série são como peças de um quebra-cabeça ou pedaços de uma colcha de retalhos, que desvendam um pouco das riquezas e também pobrezas brasileiras. Trabalhadores, presidiários, catadores de lixo, festas de caráter religioso, momentos de recreação, manifestações sociais e graffiti são alguns dos elementos que compõem esse complexo quadro.
“Vi Ver” aborda de maneira entrelaçada aspectos humanos e políticos de nossa sociedade, um indispensável ao outro. “Nair consegue elaborar seu trabalho com forte cunho documental e acima de tudo insuspeito e afetivo. Verdadeiramente autêntico. Nada de enfatizar emergências desnecessárias e sensacionalistas, mas dignificar o continuum da vida e revigorar a imagem buscando o momento de suspensão no cotidiano das pessoas. Aliás, a presença humana é parte de sua percepção expandida voltada para a valorização da vida”, observa o pesquisador e crítico de fotografia Rubens Fernandes Junior.
Homenageada em 2012 no evento internacional Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre, Nair Benedicto faz em “Vi Ver” algo que vai além de uma retrospectiva de seu trabalho: uma revisão. “Na correria do atendimento aos clientes, a edição sempre ficava sujeita ao imediatismo e à medida em que avançava na pesquisa, ia encontrando fotos nunca editadas, símbolos das mudanças pelas quais o país vem passando nesses últimos 40 anos”, explica a fotógrafa. “Senti que essas fotos-memórias do país não deveriam permanecer num arquivo privado”, finaliza.
Tendo o inexorável tempo como fio condutor da edição, em “Vi Ver” Nair Benedicto nos mostra raízes do Brasil ao mesmo tempo em que desvela ao longo de suas imagens as constantes mutações ocorridas no país. “Com este livro, teremos a oportunidade de conhecer melhor sua trajetória, onde o político e o humano se entrelaçam de maneira indissolúvel. A edição das imagens vai espelhar os dilemas centrais da política brasileira e da cultura contemporânea”, define Rubens Fernandes Junior.Rio de Janeiro 2012
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