| Miguel Penha - Palmáceas |
Buritis, Bacabas, Tucuns, Guerobas, Babaçus e outras palmáceas estão inseridas nas obras do artista.Miguel Penha é natural de Cuiabá, MT. Começou a pintar na década de oitenta, quando participou de atividades e oficinas na Fundação Cultural e Universidade Federal de Brasília. Nestes vinte e três anos de carreira, trabalhou diversas temáticas, dentre elas a mística, paisagens, fauna e flora. Nesta última, deu especial atenção às matas, arbustos, árvores, também retratando cachoeiras e paisagens do município de Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, onde morou e mantém um sítio na região de Pedra Grande. Lá, o artista faz estudos e pesquisas e, tendo um contato próximo, ele se tornou fiel à natureza.
Na década de noventa, o artista viaja por vários estados e países, aperfeiçoando a técnica, mostrando seu trabalho e fazendo pesquisas, hora se torna surrealista ou psicodélico devido à influência do movimento místico de Chapada dos Guimarães, hora enfatiza a natureza e a exuberância do local (Chapada) mostrando uma tendência naturalista.
Nos anos seguintes, Miguel se define naturalista e passa a pintar as diversas faces do cerrado, mas não perde a espiritualidade e a imaginação que nos anos oitenta e noventa fazia questão de explicitar, mostra a natureza em sua mais variada diversidade sem ser realista, coloca eufemismo em sua visão e pinceladas, também define sua paleta que passa a ter apenas quatro cores.
De acordo com o crítico de arte Frederico de Moraes, a expressão d`après nature designa toda obra de arte calcada ou mesmo copiada diretamente da natureza. Por extensão, o naturalismo pode ser definido como “a doutrina estética que busca inspiração direta na natureza e a reproduz com fidelidade. Não implica, porém, em cópia fiel da natureza, mas a sua interpretação através da sensibilidade do artista”. Não se deve, também, confundir naturalismo com realismo, este se opõe tanto ao naturalismo quanto ao neoclassicismo, sendo a representação artística das coisas da natureza tais como se apresentam na realidade, em oposição ao idealismo do naturalismo que se esforça por apresentá-las como as concebe o espírito ou a imaginação.
Por fim, o artista não se prendeu ao movimento do século XIX, trabalhou novos ângulos, como as visões aéreas ou de baixo para cima, focou detalhes, fez recortes, trabalhou grandes formatos, ou formatos especiais como os estreitos, dando contemporaneidade ao seu trabalho e se consolidando como um dos melhores novos naturalistas do Brasil.
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©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
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