| Martins Porangaba |

Porangaba trabalha temas selecionados a partir das possibilidades de composição, e do ineditismo das imagens geradas. Suas pinturas são marcadas pelas cores fortes e a presença do ser humano, em meio a casas, árvores e pássaros, com forte referência a estética cubista de Picasso, que o acompanha desde os anos 70, quando optou por deixar a pintura fauvista para trazer à tela relações “perturbadoras” e investigações sobre formas.
O tema da futura série “O Lobisomem e a Donzela” surgiu em 1998, quando Porangaba ilustrou o livro “Os Causos que o Povo Conta”, escrito por Regina Miranda. A figura feminina é elemento necessário em toda a obra do artista desde seus primeiros trabalhos, assim a donzela apareceu ao lado do personagem folclórico também nos desenhos do conto “Um Velho Lobisomem” e, mais tarde, desdobrou-se em uma pintura que serviria de ponto de partida para a nova criação.
Algum tempo depois, em visita a Dinamarca, o artista é intensamente atingido pelas lembranças de sua antiga obra quando nota “o forte erotismo presente naquele país fez a imagem da donzela, de contornos suaves, e o lobisomem, de traços viris, voltarem à minha cabeça” declara. A profundidade de investigação e esgotamento que Porangaba direciona ao seu trabalho não cabe dentro dos limites de uma moldura, o que o levou, mais uma vez, a desenvolver uma nova série “O Lobisomem e a Donzela” entre os anos de 2005 e 2010.
Segundo o crítico Enock Sacramento, inconscientemente Porangaba retrata também a luta universal do bem contra o mal ao colocar frente a frente duas figuras opostas, como o belo e o feio.
Essencialmente um pintor, Porangaba afirma não querer colocar narrativas anedóticas em seus trabalhos, já que a grande questão da pintura é resolver o espaço da tela em branco. Por isso acredita que qualquer interpretação feita pelo observador está sempre certa. “A única coisa que quero é que meu trabalho sensibilize as pessoas e que elas possam sentir toda a carga de emoção que coloquei na minha pintura”, afirma.

Rio de Janeiro 2010


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©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
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