| Marcelo Lago | Memórias, Sonhos e Reflexões |
Esta já é a terceira vez que o artista é convidado a expor no Paço, que tem uma obra sua – “Grande Painel Azul” – no pátio interno. Ele vai mostrar ao público três instalações que dão o título à exposição: “Memórias, Sonhos e Reflexões”, uma referência direta a C. G. Jung. “O trabalho é muito autobiográfico e tem uma grande carga de inconsciente”, ressalta.“Memórias, Sonhos e Reflexões” apresenta obras inéditas do artista, que durante os três últimos anos preferiu não expor para se dedicar ao trabalho em seu ateliê de Petrópolis. “Tinha questões inacabadas, e queria resolver dívidas internas antes de mergulhar em uma nova pesquisa”, explica ele, dizendo que agora sente que “passou a limpo” todas as fases anteriores.
A instalação “Memórias” tem relação com as lembranças da infância do artista. “O trabalho está repleto de referências implícitas e explícitas de memórias conscientes e inconscientes”, conta Marcelo. A obra é composta por dois “quadros”, uma mesa e uma cadeira, todos em ferro fundido e oxidado. A mesa e a cadeira estão “enterradas” na parede e os quadros são fragmentados.
“Todos os objetos estão quebrados, faltando pedaços, a serem ´preenchidos` pelo espectador. Ao quebrar os objetos, eu interrompo a mensagem e deixo um pedaço para o outro completar. Tudo são fragmentos. A sua visão é apenas uma parte do todo”, explica Marcelo.
Para conseguir quebrar os trabalhos e dar o efeito que deseja, o artista 'monta” o trabalho utilizando diversos tipos de materiais, tais como: argila, madeira, papel, metais diversos, etc., faz uma forma em gesso e tira um positivo, usando uma técnica milenar com cola de gordura de coelho, que dá ao gesso uma textura parecida com a da cerâmica. Com isso, ele consegue, ao quebrar, lascar as peças e não esfarelar. Somente depois deste processo, os trabalhos são fundidos em ferro ou alumínio.
A instalação “Sonhos” é composta por duas mandalas, de 1,16m de diâmetro cada, feitas em ferro fundido e oxidado. Em comum, elas têm na parte externa oito bonecas que fazem a ligação com o centro do círculo. As peças, também quebradas, ficam a 2cm da parede, o que dá uma idéia de leveza e movimento. Entre as mandalas há um grande “vaso”, em alumínio fundido e polido, que o artista chamou de “Ânfora” ou “Zarvorada nº 1” (no trabalho há um trecho de uma poesia de Guilherme Zarvos). Ele é dividido ao meio, tem dobradiças na parte de trás e dois furos na parte da frente, que sugere um local para se colocar um cadeado. “O vaso está exposto com uma abertura de mais ou menos 10cm, sugerindo que está aberto agora, mas que pode se fechar e até mesmo se trancar”, conta o artista.
Na instalação “Reflexões”, Marcelo faz uma “apresentação esquemática” de sua obra, ao longo dos 22 anos de carreira. Em uma parede de 6m de comprimento, 14 trabalhos ovais, de 67cm X 50cm, em alumínio fundido e polido, estão colocados em duas linhas paralelas. “A primeira e a última peça são cortadas, e dão a impressão que estão saindo da parede. É como se ela saísse por cima e entrasse por baixo, o que dá a idéia de continuidade”, explica.
Ele comenta o diálogo que a obra “Grande Painel Azul”, do acervo permanente do Paço, feita há 11 anos, tem uma relação com os trabalhos atuais: “Também é um fragmento, também está quebrado”, diz o artista. Marcelo Lago expôs em importantes centros culturais do Rio, como no Museu de Arte Moderna (MAM), no Museu Nacional de Belas Arte, no Museu da República, na Casa de Cultura Laura Alvim, entre outros. Além disso, seus trabalhos fazem parte do acervo da PUC-Rio e das galerias Mercedes Viegas, Anita Schwartz, Arte em Dobro e Galeria Ipanema.
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