| Macaparana |

Pernambucano, radicado em São Paulo desde 1973, Macaparana apresenta pintura, desenho, gravura e escultura, realizados nos anos 2000. Ele se insere na vertente construtivista da arte brasileira, mas hoje considera sua geometria menos rígida.

Nesta exposição, as obras sobre papel e poliestireno, um plástico duro, têm interferência na frente e no verso, com desenhos, corte, dobra, colagem, que criam formas geométricas puras - círculo, quadrado, retângulo, somam e subtraem matéria no campo pictórico.

Macaparana destaca as características de vazio, luz e sombra desta série mais recente de sua produção. Cada trabalho ganha feição diferente de acordo com a incidência de luz natural ou artificial, que atravessa os vazados e torna os desenhos bidimensionais peças tridimensionais. É essa recriação de novas situações que interessa ao artista, a partir da mera mudança de um ponto de luz, por exemplo.

"A ação no espaço físico real contrapõe-se àquela possível no espaço pictórico, trazendo significados e resultados novos, ainda que com o uso dos mesmos elementos geométricos sempre presentes em minha poética," diz Macaparana.

Sua fidelidade à geometria se mantém há três décadas. Neste momento, porém, ele identifica mais assimetria nas suas composições. "Gosto da situação de começar o trabalho de uma maneira e terminar diferente; gosto que ele se perca no caminho", comemora.

Macaparana, 52 anos, considera Willis de Castro [1926-1990] sua maior influência, com quem conviveu em São Paulo. É amigo de Hercules Barsotti, 90 anos, também construtivo histórico. No curto período, entre 1972 e 1973, em que morou no Rio, conviveu com Ivan Serpa e Raimundo Colares. Fez parte do elenco da extinta galeria Bonino, em Copacabana, onde realizou três individuais nos anos 80.

Participante da Bienal Internacional de São Paulo de 1991, o pintor, desenhista e escultor José de Souza Oliveira Filho, adotou o nome artístico de Macaparana - o mesmo de sua cidade natal em Pernambuco. É autodidata e fez sua primeira individual em Recife, em 1970. Depois de morar um ano no Rio, mudou-se para São Paulo em 1973, onde vive e trabalha até hoje.

Rio de Janeiro 2004


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