| Lucia Barata - As Big Mamas e os Doze Césares - uma reflexão sobre o poder |
Grandes mães versus Imperadores, uma contraditória e, ao mesmo tempo complementar dicotomia de arquétipos femininos e masculinos na qual se descobre a identidade e o dinamismo das opostas polaridades em uma radical ambivalência do ser. Ao plasmar suas obras, a artista Lucia Barata cumpre o percurso da criação em uma constante evolução durante a qual são colocadas em discussão dimensões filosóficas, espirituais, históricas e sociológicas em um caminho rico de referências pessoais. Sua transferência do Brasil à Itália faz nascer na artista a necessidade de encontrar uma nova identidade, uma nova "Mãe-Terra", é o big-bang do qual nasce uma nova representação do seu universo feminino: as oito deusas Big Mamas: Aurora, Vitória, Gaia, Ceres, Diana, Minerva, Galatea e Europa.
Em busca de um equilíbrio, a artista plástica Lucia Barata, sentiu a necessidade de explorar a polaridade masculina; este percurso, cujo início foi marcado pela criação das obras Aura e Aura Book, que tiveram como ápice o trabalho Os Doze Césares. É aqui que a artista faz uma interessante reflexão sobre o poder do homem, observando o caráter e o comportamento de personagens históricas que, com seu uso e abuso do poder, fizeram e desfizeram o Império Romano, que aparecem nos contos dos "Doze Césares", de Suetonio. Essas obras, realizadas em papel artesanal, representam os bustos de: Júlio César, Augusto, Tibério, Calígola, Cláudio, Nero, Galba, Óton, Vitélio, Vespasiano, Tito e Domiciano.
A evolução desta nova dimensão impõe a necessidade de criar uma igualmente nova linguagem, que permita às suas Mamas de comunicar-se. Assim nasce Language, um alfabeto de 24 símbolos que fortalece a identidade de suas criaturas. Unindo as esculturas ao alfabeto a artista dá vida aos Big Mamas Book, livros de arte que são o traço de união entrem a dimensão visual e a simbólica, enquanto Aura e Aura Book representam o início de sua pesquisa em direção ao universo masculino.
A artista:
Lucia Barata nasceu no Brasil em 1954 e trabalhou como arquiteta de interiores e designer em seu país até 1983, quando iniciou sua carreira artística. Após ter trabalhado como pintora por vários anos, encontrou no papel artesanal o seu instrumento de expressão preferido, sobretudo por causa da transparência e da fragilidade, característicos deste material. Em 1991, foi morar em Roma, onde desenvolveu um trabalho artístico intenso, com exposições de seus laminados de papel, de pintura sobre papel e também de criações de jóias. Desde 1997 a escultura tornou-se seu meio de expressão principal, atividade que conjuga com a de professora e de curadora de mostras no mundo. Participou de numerosas exposições pessoais e coletivas, na Europa, nos Estados Unidos, na Austrália e na América do Sul, e com o trabalho das Big Mamas Books, Lucia Barata venceu, em 2000, o GrandPrix na Bienal de Arte em Miniatura do Quebec, Canadá.
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©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
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