Juliano Guilherme - Pinturas do Confronto
Ao contrário da tendência minimalista da arte contemporânea, em que menos é mais, Juliano Guilherme - formado pela Escola de Artes Visuais do Parque Laje - propõe explosão de cores, abundância de texturas, mistura de formas, fusão de informações, jogos de luzes e sombras. Tinta óleo, acrílica, carvão, grafite, pigmentos, colagens dão forma a um estilo arrebatador em telas, como "O herói", "Pivete (em disfunção erétil)", "Mamãe, eu quero mamar" e "A visita da bela camponesa à cidade do Rio de Janeiro".

Dentro de um espírito maximalista, neologismo que emprega para expressar uma tendência da pintura que abusa do transbordamento em seu discurso estético, Juliano produz uma obra densa e exuberante, que concentra um rico e variado conjunto de elementos e traz à tona a discussão sobre a função espiritual e social da arte. "Por detrás da parafernália tecnológica, eis que surge o homem das cavernas. Urra como uma fera primordial, mas também berra como um bezerro de qualquer quintal. Ele está aqui com seu corpo milenar e desavergonhado, para nos lembrar da carne. Dos ossos, dos fluídos, das substâncias que compõem um ser vivo. Carrega em si a sujeira e a memória dos lugares mais remotos, onde germinam e apodrecem os corpos. Às vezes expele palavras desconexas, mas mesmo assim, arrebanha seguidores. É ele que os vai levar para aonde o sangue corre, sem parar, nas veias. E quando jorra, jorra feito uma fonte deslumbrante" - explica Juliano.

Segundo o curador Marcus de Lontra Costa, a célebre máxima do artista plástico Hélio Oiticica "Seja Marginal, seja Herói" cabe como legenda para a pintura de Juliano Guilherme, que assume deliberadamente a sua estética bizarra e vagabunda, suja e subversiva. "Ela não aspira aos salões elegantes, às etiquetas e à estética limpinha e cheirosinha da pintura acadêmica modernista, formalista e bem-comportada. Identifica-se com os excluídos, os becos, o subúrbio, o grafite. Recusa a ordem estabelecida, a estética predominante e faz de sua obra uma cachoeira de informações, um poderoso dazibao, onde o sexo, a política, a fé e a paixão acabam por constituir os vocábulos essenciais de um mundo que se afirma através da contaminação, através de estilhaços e fragmentos. Tudo aqui é fruto de uma expressão artística pungente e comovida. Arte tensa e apaixonada como a vida merece e deve ser vivida, fera ferida, chaga exposta, pintura nua, arte em seu estado selvagem e natural, pura flor da madrugada". Na interpretação de Lontra, Juliano Guilherme recupera a angústia goeldiana, a tensão imanente nas figuras de Ivan Serpa, a pulsão de Jorge Guinle e a atmosfera suburbana e marginal de Gerchman dos anos 60 e, mais recentemente, de Vitor Arruda.


Para adquirir obras de arte, basta enviar Email - será encaminhado ao próprio artista ou ao seu galerista/marchand.

Artista, Escritor e +: ASSINE o RIOART e mostre suas criações aos qualificados leitores do Jornal e da Newsletter/InformArt enviada p/ jornalistas, galeristas, marchands, colecionadores, arquitetos, decoradores, críticos, editores, livreiros, leitores, produtores culturais, aficionados e afins: Email + 21 2275-8563 + 9208-6225


©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
Retornar ao Portal