Jefferson Svoboda
O Museu Alfredo Andersen, de Curitiba, apresenta a exposição “Transferências Ocasionais”, com 7 pinturas a óleo e 10 trabalhos feitos de madeiras nobres (jacarandá, sucupira, peroba etc), restos de móveis, muitas vezes encontrados nas ruas. Cadeiras, mesas, gavetas, “são pedaços de utensílios carregados de história”, como explica o artista, aqui transformados em esculturas, que ocuparão três salas do museu.
Para Miriam de Carvalho*, “Na arte de Jefferson Svoboda, o visitante encontra algumas recorrências imagísticas. Enraizando-se nas instâncias míticas, há na arte de Jefferson uma convergência da imagem fazendo-se matriz. Trata-se de um rosto enigmático e contemplativo que, de modo ambíguo, é um e vários. E, numa relação pertinente às expressões contemporâneas, ele se torna parte de um todo que não se totaliza. Esse rosto nos vê. E nos envolve com desígnios e memórias que interligam o tempo do arcaísmo ao momento hodierno das coisas que tocam os sentidos. Trata-se de lendária face em errância pelas matérias trabalhadas pelo artista, inaugurando lugares imaginários. Atentos aos registros intimistas desse rosto, vivemos o estranhamento das coisas da vida a envolvê-lo de corpo e alma. Então, à procura do tempo do encontro, esse rosto se reconhece personagem vivo ante o espanto do caminhar.“
Essa identidade é reforçada pela simbologia da figura humana, presente nas pinturas e nas esculturas .Para o artista , mais importante que a representação das faces , são os conflitos internos e externos que emergem na sua construção, e a tentativa de apaziguar estas tensões.Rio de Janeiro 2009
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