| Jaildo Marinho |
“Le Vide Oblique” apresenta obras produzidas nos últimos dez anos pelo artista nascido em Pernambuco, em 1970, e radicado na França desde 1993. Suas obras integram o acervo de importantes museus e de coleções particulares no Brasil e no exterior, como do MADI Museum of Dallas, nos EUA. “Jaildo Marinho – Le Vide Oblique” foi apresentada em Paris, de março a junho deste ano, na Maison da América Latina, com curadoria do crítico de arte francês Jacques Leenhardt e do diretor da Pinakotheke Cultural, Max Perlingeiro.
As pinturas são em tinta acrílica sobre madeira e fio de algodão. “Familiarizado com os teóricos tanto da Gestalt quanto do Bauhaus, orgulhoso de uma grande admiração pela obra de Jesus Soto, ele aprendeu que o vazio que separa duas cores modifica nossa percepção das superfícies, das profundidades e dos valores”, diz Jacques Leenhardt. Ele cita o poema “Un coup de dé” [“Um lance de dados”], de Mallarmé, no qual o intervalo entre duas palavras renova a significação, conferindo-lhe ritmo e singularidade, “as telas de Jaildo organizam dispositivos formais e cromáticos que se enriquecem com uma simples variação ou com um contraste”.
Em 2004, Jaildo Marinho realizou uma intervenção na fachada da Biblioteca Histórica da Cidade de Paris, em que pintou os caixilhos das janelas. Sobre este trabalho, Jacques Leenhardt diz que “pelo poder simbólico da moldura, os caixilhos transformam o espelho das janelas em uma tela que reflete a cidade, de repente, animada por um espetáculo multifacetado. Ao se deslocar, o visitante acaba ainda por decuplicá-los, fazendo intervir o firmamento no plano de fundo reflexivo dessas estranhas clarabóias”.
Na abertura da exposição será lançado um livro com a qualidade que marca a Editora Pinakotheke, com 157 páginas, trilíngue (português/inglês/francês), com textos do poeta Lêdo Ivo, do crítico de arte francês Jacques Leenhardt e do jornalista e escritor Mario Hélio Gomes, além do registro fotográfico das esculturas e pinturas realizadas nos últimos quinze anos.
Jaildo Marinho teve sua formação artística na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE-PE). Viajou para Paris em 1993, onde trabalha e vive com a família. Em 1999, iniciou um trabalho como professor no ateliê de escultura e fundição da ADAC Ville de Paris. Na França, conheceu Carmelo ArdenQuin e passou a fazer parte do Grupo MADI, composto por artistas europeus, americanos, latino-americanos, japoneses, entre outros. Suas obras estão em museus e coleções particulares no Brasil e no exterior. O reconhecimento pelo seu trabalho veio com o titulo de cidadão parisiense concedido pelo Governo francês em 2008.
Rio de Janeiro 2012
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