Ísis Braga - Os Caminhos do Homem
Visões aero-espaciais muito especiais
A artista carioca Isis Braga tem um encantamento especial pelas paisagens aéreas e há anos persegue as imagens registradas por satélites ou aquelas que podem ser vistas a partir das janelas dos aviões. Isis transforma estes registros em gravuras em metal e depois em imagens digitalizadas, trabalhadas em softwares gráficos, construindo uma obra permeada de linhas e curvas abstratas que nos remetem à visão aérea inicial. Isis apresenta 25 gravuras em metal em pequenos formatos e 22 imagens digitais/ plotagens sobre papel) - realizados depois de mais de 120 horas de vôo – a partir do próximo dia 08 de setembro em sua exposição “Os Caminhos do Homem” no Solar Grandjean de Montigny, no Centro Cultural PUC-RIO, na Gávea, Rio de Janeiro.
“Desde a pré-história o homem vem criando as suas rotas. Primeiro, como nômade, traçando caminhos na natureza. Depois, ao se fixar, desenhando a escrita das plantações e, ao se estabelecer nas cidades, as ruas, avenidas e estradas. No século dezenove, pela primeira vez, o fotógrafo Felix Nadar vislumbrou e fotografou a terra vista do alto, a bordo de um balão - a “visão do pássaro”, como ele definiu. É essa visão do alto que me apaixona. Toda vez que viajo de avião faço registros fotográficos das marcas que indicam os trajetos humanos, intercalados com os acidentes topográficos, que nos revelam toda uma história do homem”, explica Isis.
Conforme a escala de visão, estradas, florestas, rios e mares vão se transformando em abstrações pelas mãos meticulosas da artista. “São essas abstrações - tratadas graficamente com liberdade -, esses mapas que vão se sucedendo, o detalhe de um se transformando no outro, na minha própria visão, que trabalho em técnica de gravura em metal e depois transporto para o meio digital para manipulá-los através do computador, descobrindo um mundo novo”, detalha a artista.
ISIS BRAGA
Gravadora, fotógrafa e desenhista, Isis Braga nasceu em 1938 no Rio de Janeiro. Formou-se em Pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, EBA - UFRJ (1959), e em Gravura e Fotografia, num curso integrado de comunicação visual, pela École Cantonale d'Art de Lausanne, Suíça (1976). Freqüenta desde 1977 os cursos de Gravura em metal da Oficina de Gravura do Ingá com Anna Letycia e Mário Doglio e Ricardo Queiroz, Niterói, e a Escolinha de Arte do Brasil, Rio de Janeiro (1977/79) com Marília Rodrigues. Concluiu o Mestrado em História da Arte da EBA - UFRJ (concentração em Antropologia da Arte, 1998) e o Doutorado em Artes Visuais no PPGAV/EBA.(Programa de Pós Graduação em Artes Visuais, 2004) É professora do Curso de Desenho Industrial da EBA/UFRJ, onde também atuou como diretora adjunta de Intercâmbio Cultural entre 1990 e 1994, Entre outras atividades foi responsável pela curadoria de exposições coletivas ("Fotogramas, Fotografias", UFRJ, 1991/94,, Sobre o Papel, em grande coletiva Niterói Artes 2002 no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, e outras)
Entre suas exposições individuais, destacam-se as realizadas na Casa del Brasil da Universidad de Madrid, Espanha Fundação Cultural do Distrito Federal, Brasília , Galeria de Arte Charting, Rio de Janeiro Museu do Ingá, Niterói , Salão Casino Icarahy - UFF, Galeria Maria Martins, da Universidade Estácio de Sá. Recebeu diversos prêmios, como o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro SNBA (1973) e Prêmio Gustavo Capanema, no II Salão Nacional de Artes Plásticas, Rio de Janeiro (1979), Prêmio de Aquisição para Gravura no VIII Salão Nacional de Artes Plásticas do Ceará (1982), Prêmio de Aquisição para Fotografia no 38º Salão Paranaense, Curitiba, e Referência Especial do Júri nos 2º e 5º Salões Cariocas de Artes.
Dentra as coletivas de que participou destacam-se a 6ª Mostra do Desenho do Museu de Arte Cotemporânea de Curitiba, o Panorama de Arte no Museu de Arte Moderna de São Paulo, 1982, a Mostra de Gravura da Cidade do Rio de Janeiro, 2002, entre outras
Sua obra está representada nas coleções do Museu Nacional de Belas Artes - MNBA, Rio de Janeiro, Museu Dom João VI da UFRJ, Solar do Barão, em Curitiba, Secretaria de Desportos e Cultura, no Ceará, Embaixada do Brasil em Madrid, e coleções particulares na Suíça, EUA, Alemanha, Bélgica, Austrália, França, Argentina, entre outras.