Gustavo von Ha
Von Ha é um artista que, ousado e destemido, deu um salto quântico qualitativo - da tradição à contemporaneidade. E não foi de discretas quantidades, mas radical. Na verdade, foram dois: o primeiro, no escuro; o segundo, desafiando a heisenbergiana incertitude, pois parecia saber exatamente onde e quando, em trajetória inversa, irradiando fotônica luz, condição da percepção e da apercepção do mundo. Mundo que ele agora nos revela magicamente multiplicado por meio de pequenas cúpulas ou bolas - não de futebol, tampouco de cristal, mas (como se fossem) de... sabão, que, transcendendo sua efemeridade, ao tocarem o solo ou outra superfície, ao invés de se desfazerem, se concretizassem e (como se catóptricos espelhos) refletissem trechos convergentes e divergentes, conformes e disformes, das coisas ao redor, que ao se moverem se tornam animadas partes integrantes do quimérico e fantasmagórico theama - das composições de multicores novos e inusitados mundos. Encantados e encantadores. Memórias afetivas de regresso a tempos e lugares da infância? Talvez, visto serem universais. Míticos e lúdicos, em todo caso. By Alle Kunst.
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