| Gabriel Wickbold |
Naïve - primeira exposição individual do fotógrafo, com 14 imagens da série homônima. Em sua busca pela essência do homem, registrou imagens de rostos de modelos pintados a guache e craquelados, sobrepostos por insetos ou plantas. Para Gabriel, este ser humano ingênuo (tradução da palavra francesa naïve), fossilizado, atua “adubando algo novo, gerando vida através de sua carcaça pura”. O título da série faz alusão ao sentimento de superioridade do homem em relação à natureza.
Sempre estiveram presentes no trabalho do fotógrafo a figura humana e a criação de interferências em seus personagens com tinta. Em Naïve, a novidade fica por conta da interação com outros elementos da natureza, acessórios que são dispostos aqui com a intenção de questionar a posição do homem no mundo.
Apesar de forte relação com a temática do impacto ambiental provocado pela ação humana, as questões fundamentais nas obras de Gabriel Wickbold são filosóficas, interiores. Nesses trabalhos, o fotógrafo foca-se na natureza do homem, arrogante devido a sua falta de conhecimento acerca da vida que o cerca, da vida que está além de sua própria vida. “Não passamos de animais. Somos fisicamente fracos, lentos, com pouca ou quase nenhuma percepção do que nos cerca, perdemos um tempo gigantesco procurando entender coisas que não irão alterar em nada a nossa vida, somos os únicos responsáveis pela próxima extinção em massa da vida no planeta e ainda nos achamos seres superiores”, critica o artista. “O homo sapiens é uma espécie que modifica em seu favor o ambiente no qual vive, nem que para isso tenha que impossibilitar a vida para outros seres”, analisa ainda.
Em Naïve, Gabriel optou por fotografar apenas as cabeças dos modelos, já que é a parte do corpo onde se centram as ideias e emoções. Essas cabeças foram cobertas por guache e, após a secagem, a tinta foi lixada para a criação do efeito de craquelado. Antes do clique, o inseto ou planta é posicionado sobre a face. Todos os elementos que compõem as obras de Gabriel Wickbold estão presentes no momento da fotografia.
Tão importante quanto a técnica do manuseio da câmera é esse processo de transformação dos modelos em homens-instalação. O artista trata a fotografia como instrumento para representar sua estética, que é utilizada como um impulso para o conteúdo, um meio de exprimir sua visão de mundo. “A arte é reflexo do homem e suas questões. Essa série veio como uma transpiração desse meu momento”, diz.
Rio de Janeiro 2012
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