| Estela Sokol | No inicio do ano, a artista realizou uma residência na Áustria, onde produziu uma série com trabalhos de “Land Art”, de intervenção na natureza. Cinco destas fotos, da série “Secret Forest”, na qual a artista apoiou e enterrou bolas de látex de tons fosforescentes nas florestas e bosques nevados na Upper Áustria, estarão na exposição, impressas em papel algodão, em grandes formatos. Na sala menor do térreo, a artista apresentará cerca de dez impressões fotográficas em metacrilato da série “Polarlicht”, também feita nos alpes austríacos este ano, durante a residência, a partir de placas de acrílico também fosforescentes.
“Com a luz exata do sol batendo no branco-neve, Sokol captou fotografias dos rastros de objetos prosaicos de cor intensa, como bolas de látex e placas de acrílico. A cor desses objetos mancha a neve branca em algumas fotografias da série ‘Secret Forest’, ou acende-se como uma luz de néon na série ‘Polarlicht’”, afirma a crítica de arte Paula Braga, no texto da exposição que a artista realizou na Gallery 32, em Londres, até o dia 15 de junho último.
Também fará parte da exposição o relevo intitulado “Ofélias”, formando por quatro placas de acrílicos amarelo luminosas tensionadas em bolsas de PVC negro. “Seriadas e justapostas, constroem um túnel cinza dentro do qual um verde fosforescente brilha como um néon. Mas é pura cor-luz pulsando num túnel de tempo que nos transporta a outras experiências construtivistas”, observou Paula Braga.
Na mostra também serão apresentados esculturas e relevos. “Soturno”, grande relevo circular de 180 cm de diâmetro em madeira laqueada de preto brilhante e interior vermelho luminoso “tinge a parede da galeria de cor-luz”, explica Estela Sokol. Ainda estarão na exposição grandes esculturas em granito São Gabriel das séries “Crepúsculo para Interiores” e “Para Ofélia”, que variam de 70kg a 300 kg e “evocam discussões pictóricas na tridimensionalidade”. A exposição conta, ainda, com o relevo “Black Sun”, em Basalto pintado.
O nome da exposição faz referência à Ofélia de Hamlet e também às Ofélias pintadas na História da Arte – Millais, Delacroix, etc. “Apesar de apresentar esculturas, fotografias e relevos, meu trabalho está sempre dialogando com a pintura”, afirma a artista.Estela Sokol nasceu em 22 de outubro 1979, em São Paulo, cidade onde vive e trabalha como artista desde 2001.
Realizou diversas exposições individuais entre elas “Secret Forest”, na Gallery 32 em Londres, UK, e na Licht Konkret na Galerie Wuensch, em Linz, Áustria, ambas este ano. “Clarabóia”, no Paço das Artes em São Paulo; e “Dawn for Interiors”, na Bisagra arte contemporâneo em Buenos Aires, em 2010. “Sol de Inverno”, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, em 2008; “Halo”, na Galeria Virgilio, em São Paulo, em 2007; “Meio Dia e Meia”, no Centro Universitário Maria Antonia em São Paulo, em 2006; “Lastro”, no Centro Cultural São Paulo, em 2003. Participou de mostras coletivas como: 16º Bienal de Cerveira, Portugal, 2011; Light Art Bienalle em Linz, em 2010; Silêncio na Zipper Galeria em São Paulo, em 2010; Trajetórias em Processo, na Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro, em 2009, Nova Arte Nova, no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro e São Paulo, em 2009 entre outras.
Ainda no segundo semestre de 2011 realizará a mostra individual “Polarlicht”, na Bisagra Contemporâneo em Buenos Aires, e participará da III Bienal Del Fin Del Mundo no Ushuaia, Patagônia; A Nova Escultura Brasileira na Caixa Cultural, RJ; e Percursos Contemporâneos mostra de inauguração do MACS de Sorocaba, com curadoria de Fábio Magalhaes.
Ganhou prêmios como "Mostras de artistas no exterior”, dentro do Programa Brasil Arte Contemporânea, Fundação Bienal São Paulo 2010; temporada de Projetos Paço Das Artes, SP, em 2009; Edital Revelação MACC, SP, em 2004; Projéteis FUNARTE de Arte Contemporânea, RJ, em 2005; e 34°Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, SP, em 2006.Rio de Janeiro 2011