| Cabelo |
Exposição "Humúsica” com obras de diversas fases da trajetória do artista Cabelo, nascido em Cachoeiro de Itapemirim, em 1967, e radicado há décadas no Rio, que ocupa um lugar de destaca no panorama contemporâneo. O patrocínio é da Secretaria Municipal de Cultura/ Prefeitura do Rio.
Cabelo conta que a mostra “será instaurada como uma composição”, com obras em suportes variados, como esculturas, objetos, desenhos, pinturas e projeções. Ele diz ter a intenção de propiciar um pouco da experiência de seu processo de criação, onde palavras, imagens e sons convivem simultaneamente.
Estarão na exposição as esculturas móveis “K-roças”, sobre eixos e rodas de skate, tendo representações de Buda como cocheiros. “Esses veículos, alguns deles sonoros, se espalham pelo espaço e de acordo com seu deslocamento vão dando novos sentidos à composição”, diz. Também serão apresentados os “Kosmicars” – feitos com espelhos e fotos do telescópio Hubble – , a “K-roça canteiro de minhocas” e os “Jardins ambulantes”.
No dia da inauguração, Cabelo irá incorporar seu heterônimo MC Minhoca, fazendo improvisos ao som de DJ Esterco, com direito à presença de dançarinos do passinho.
“Humúsica é uma exposição sobre tudo: desenho, performance, poesia, escultura, música. É uma exposição-instalação do Cabelo. E também do MC Minhoca e do DJ Esterco. Não há que se ater aos detalhes. Tudo é húmus (e música). Uma coisa se transforma e se fertiliza na outra. Metamorfose e ruído. Contaminações que fazem um elemento residual se tornar possibilidade plástica. A palavra vira carne e as letras garatujas e desenhos. Lixo e luxo. O ateliê do Cabelo está em Copacabana, entre o morro e a praia, entre a confusão e a lentidão. São muitas temporalidades e um só espaço. Um presente grávido de direções e de caos como todo este universo poético que se põe em cena agora no MAM”, diz o curador Luiz Camillo Osorio.
Cabelo nasceu em Cachoeiro de Itapemirim em 1967, e veio para o Rio ainda menino. Passou a infância e adolescência praticando esportes como futebol, jiu-jitsu, surf e skate. Através do skate teve contato com o punk rock e seu lema: "do it yourself", atitude que marca até hoje sua expressão artística.
Abandonou a faculdade de engenharia para dedicar-se à criação de minhocas. Para ele, o contato com o poder alquímico desses anelídeos de transformar dejetos em húmus muito influencia seu pensamento. Abatido por uma infestação de vermes e protozoários retorna à cidade para tratar-se. Durante a convalescença tem contato com a poesia de Ferreira Gullar, Paulo Leminski, entre outros, e é inoculado pelo vírus da poesia. A partir daí passa a dedicar-se simultaneamente às artes plásticas e à música, considerando-as manifestações da poesia.
Com outros poetas formou o “Boato”, realizando intervenções poéticas, teatro, curta metragem, etc. Com a banda Boato lança pela Dubas / Warner o CD Abracadabra. As apresentações da banda ficaram conhecidas por sua mistura de ritmos, e pelo vigor poético e performático.
Participou da X Documenta de Kassel com uma performance polêmica, ateando fogo em um aquário com peixes vivos.
Realizou ano passado a exposição “Cabelo apresenta Mc Fininho e DJ Barbante no Baile Funk”, na galeria A Gentil Carioca, incorporando o personagem Mc Fininho. Para esta mostra convocou produtores como Kassin, Berna Ceppas, Sany Pitbull, Lucas Santtana, entre outros para produzir os funks que compôs, fazendo um show na abertura.
Como Mc Fininho se apresentou em junho no festival Back to Black em Londres, com Sany Pitbull e dançarinos do passinho.
Em várias obras utiliza a música, seja ela improvisada com um microfone no Largo da Carioca, ou com uma banda no palco de um teatro, transformando em rap um poema de Baudelaire. Também, em colaboração com músicos, faz trilhas sonoras que integram instalações, como em “Caixa Preta”, com Paulo Vivacqua, misturando raps de facções criminosas com vozes de Glauber Rocha e Hélio Oiticica, e Mianmar Miroir (The Corridor), Miami Basel, com Leo Saad.
Compositor, tem músicas gravadas por Cidade Negra, Monobloco, Osvaldo Pereira, Ney Matogrosso e Pedro Luis e a Parede, entre outros. É um dos autores de “Menina do Salão de Beleza”, cantada por Pedro Luis na trilha da novela Avenida Brasil. Está gravando seu CD solo que deve ser lançado no começo do próximo ano.
Foto by Ynaiê Dawson
Rio de Janeiro 2012


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