| Brugnera - "Brugnera" |
A "cascavel" de Cascavel com jeito de cobra coral©Alexandros Papadopoulos Evremidis*
Ao apreciar as criações de Brugnera, em concomitantes exposições - no Paço e na Toulouse -, a palavra que me assalta é tratar-se de um indivíduo "eletrificado e abrangente", que, multifuncional e multiuso, desenha, pinta, constrói, destrói, re-constrói, interage e interfere, re-resignifica significantes e significados :
Digamos que ele tivesse recebido o mundo e a vida prontos e acabados e variados e, com seus irrequietos e inquietantes olhinhos infantis [enfant (jamais gâté!) terrible, pelo clichê], buscasse com absoluta inocência desvendar-lhe as remotas e recônditas origens e a um tempo atribuir-lhe um desejado senso lúdico.
Partindo da mais negra escuridão, câmara escura, grafiteiro, faz com seu grafite surtar alguma luz, mas não ao estilo Fiat Lux ofuscante - são delicados e sutis os seus ritos de passagem, que vêm a ser passadas e idas e vindas passo-a-passo, como insinuantes interstícios e nuances - uma aracné que laboriosa à sombra tece e enreda. Modula, ondula, eventualmente regula. E chega também à alguma cor, ainda que mono, e com ela colore meio mundo.
A enrugada pele velha do velho e a briosa pele nova do infante, as gregas colunas, os musicais azulejos, os con/re/torcidos rostos germânicos - todo signo substancial consubstanciado e resolvido na obra-prima, entre tantas obras-primas, o OvO - matrix; que é também barriga continente, provida de umbigo e tudo - geratrix; que ainda é ovóide janela (clarabóia) para um mar, mater prima abissal.
Brugnera prima e rima com toda arte. Veio alegrar humanos e animais e tornar o mundo habitável e aprazível.
"Dá uma carona nessa tua motoca envenenada/embriagada, Brug (Ponte?), e on the road e sem destino vamos navegar (é preciso!) pro fim deste mundo sem fundo, começar tudo de novo (para de novo naufragar?!). Se for, que seja!"
Rio de Janeiro - 2006
©Alexandros Papadopoulos Evremidis > escritor crítico > Email
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