Arte Grega

A luminosa essência da arte - cânon para todo o sempre

©Alexandros Papadopoulos Evremidis*

Athena Nike_de_Samotrácia Atentemos para a serenidade, o comedimento, a contenção, a proporção, a simetria, a harmonia, a nenhuma extravagância de emoção, a beleza (alto-relevo do útil, segundo Stendhal) (Philokaloúmen met'eutelías = amamos a beleza de bom propósito, epitomou Péricles), e receberemos os códigos e as licenças e as permissões, e teremos franqueado o acesso ao sublime e ouviremos as hostes celestes a entoarem a melodia do canônico e hierático cântico dos cânticos de o que é arte e de por que ela nos arrepia e extasia e convulsiona - acomete a síndrome de Stendhal -, por que ela nos abstrai e teletransporta para os apócrifos territórios da apothéosis, morada da sofia.

Confrontados com estas peças, temos na Nike=Vitória a finalidade da Athena=Deusa, personificação da sabedoria e da razão, ambos perfeitos produtos da civilização grega. Diante deles sentimos em nossas vísceras que não estamos apenas diante de fragmentos de pedra ou de metal, nem tampouco apenas diante de um belo e desejado corpo de mulher e de uma bela cabeça de (igualmente desejada) mulher - sabemos, diante da segunda, ansiando pela primeira, que estamos diante da adorada filha de Zeus=Deus que, agoniado e torturado pelas insuportáveis dores (do parto) de cabeça ocasionadas pela ignorância, ordenou ao enjeitado filho, o artífice Hefaistós, que a machado lhe abrisse a própria cabeça, de onde resplandecente saltou Athena=A_deusa, com panoplía e tudo, corporificação da guerreira e engenhosa sabedoria - a mesma que Prometeu aos olímpicos subtraiu e para com ela configurar e guarnecer, qual jóia rara única que é, os humanos. Estamos portanto diante do símbolo e da metáfora do gênio criador do homem! Dizia eu outro dia que o critério da presença da arte consiste na sensação de não termos nem o que pôr nem o que tirar. Aqui, nessas duas sublimes criações, temos exemplos do libertário espírito grego e da luminosa essência da arte. Inigualável, foi igualada; insuperável, nunca foi superada. Será um dia? Teremos o que pôr e o que tirar?! O tempo, só o tempo...

Não por acaso, escolhemos a Vitória de Samotácia (acima, à esquerda) como um dos dois nucleares pilares do RioArtCult, sendo o outro o Grito de Munch (suprimo propositada e significativamente a necessária vírgula após o "Grito"),

Rio de Janeiro - agosto - 2006

Alexandros Papadopoulos Evremidis = > escritor crítico > Email


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