"Desenhos", de Angelica Trompieri


No depoimento a seguir, à guisa de apresentação, Angélica Trompieri faz uma dramática e, a um tempo, delicada e contundente profissão de fé, marcando assim mais um ponto, com o que assegura um proprietário espaço no panteão das artes. A resultante dessa sua hierática e, daí, devocional entrega ao fazer artístico se consubstancia em moventes e comoventes e oníricas criações que nos encantam e elevam para os territórios do desejável e do sublime, do etéreo. Para tanto, foi preciso que a artista se deixasse possuir pelos dáimons do pathos e do pothos - binômio que engendra vida e a faz florescer, conferindo-lhe assim transcendência e perenidade. Mas é melhor deixar que Angelica diga isso com suas próprias palavras e que suas belas criações falem por si. Reinará um significativo silêncio - o mesmo que quando nos deparamos com algo mágico. Erro não haverá! - Alexandros Papadopoulos Evremidis*



O desenho é o meu registro do mundo, é o mundo através do meu olhar.

Quando desenho, um pouco de mim vai impresso naquilo que vi, que sonhei, que busquei, ou que sempre quis e imaginei. As imagens recortadas da memória, o que senti, as figuras imaginadas ouvindo lindas canções, as paisagens, as formas vistas e/ou reveladas nos sonhos, os personagens saídos dos contos de fadas, dos livros já lidos, enfim dois universos se encontrando: a imaginação e o papel.

E aí surge algo que pouco a pouco se transforma e começa a ter vida própria, pois ele vai crescendo por si só, vai se tornando um personagem único, uma forma, um desenho, com um toque do meu momento atual. Mesmo que queira repeti-lo, ele jamais será igual, pois nenhum momento o é. As formas e figuras podem ser tristes, ou nem tão bonitas vista por outros olhos, mas foi assim que eu vi ou senti aquele momento.

Lápis, papel, canetas, cores, formas bonitas, esse sempre foi meu universo preferido. Sempre preferi os cursos de artes e desenho a qualquer outro; em criança criava bonecas de papel e suas roupas coloridas. Quando descobri outras técnicas, fazia pequenas histórias em quadrinhos, broches de personagens, cartazes e painéis, pinturas em couro, telas e porcelana. Meu sonho era desenhar.

Meus artistas preferidos, contudo, sempre foram os impressionistas, os gravuristas e a técnica do pontilhismo. Escolhi então esse trabalho detalhado e de paciência, com as canetas de nanquim, que é quase como bordar em papel, ponto a ponto, criando as cores, as paisagens, as flores, as formas e as mulheres, com um efeito quase etéreo, sutil e delicado, que mostram um pouco de todo este meu universo particular.


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©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
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