"Garoto de Ipanema - Venturas e desventuras de Vinicius de Moraes nos depoimentos de ex-mulheres, parceiros e amigos"
by Alex Solnik / Editora Códex

Cândido Portinari fez um retrato de Vinicius de Moraes. Jorginho Guinle quebra seu voto de silêncio quando o assunto é Vinícius. Haroldo Costa orgulha-se de ter sido um dos raros amigos com quem Vinícius se encontrava “de dia”. Ferreira Gullar afirma que Vinicius foi a verdadeira alma da bossa nova. Jaguar desenhou Vinícius no nonsense Pasquim casando no altar com Sergio Cabral de noiva, tamanha a paixão declarada de Sergio pelo poeta. A dupla Toquinho-Vinícius fez mais de mil espetáculos e Toquinho sofria nas mãos do ciumento amigo.

Quinze personalidades, entre amigos, parceiros e ex-mulheres falam sobre sua relação íntima e, na maioria das vezes, arrebatada com o poeta. São dezessete depoimentos trespassados de humor e comoção. Completa o livro uma “carta-testamento” escrita por Vinicius para Maria Christina Gurjão: “Peguem meu corpo, joguem-no no mar, lá na Avenida Niemeyer, com dois pesos nos pés. Adoraria ser comida de peixe.”

Os depoimentos foram originalmente gravados em vídeo pelo escritor e jornalista Alex Solnik para um programa especial de televisão veiculado por ocasião do octagésimo aniversário de nascimento de Vinicius, em 2003. Solnik converteu esses depoimentos em texto, compondo o legítimo e honesto Garoto de Ipanema.

Devo a idéia deste livro a duas pessoas muito especiais. A primeira é minha mulher, Doris Giesse. Quando estava saindo da adolescência, começou a escrever poesias, inspirada por Vinicius de Moraes. Na verdade, o que ela queria mesmo, como quase todas as adolescentes do Brasil, era namorar o poeta. Como ele estava relativamente fora de seu alcance, mirou em seu parceiro mais duradouro. E acabou namorando, mesmo, o Toquinho. O segundo, Wimer Bottura, psiquiatra de minha mulher e parceiro do poeta”.


E aqui, mais um testemunho, este, de próprio... punho: A cura da ressaca

O 17º e brevíssimo depoimento extemporâneo revela como o jornalista Alexandros Papadopoulos Evremidis, crítico do Porta RioArteCultura.Com, aprendeu com Vinícius a cura da ressaca:
Em 1972, liguei para Vinícius para marcar uma entrevista.
- Venha amanhã bem cedo, ele disse.
Às sete em ponto, na casa da Gávea, Vi desceu a escada, de pijama, sonolento e cambaleante e, embora não nos conhecéssemos, me abraçou, beijou e, mais falando para si do que para mim, perguntou:
- Está de ressaca?
Como eu confirmasse, ele retirou duas cervejas geladinhas da geladeira e, oferecendo-me uma, disse:
- Então, amigo (mas já amigo?), vamos beber pois não há remédio melhor para curar ressaca.
Na seqüência telefonou para Mãe Menininha do Gantois e, para minha estupefação geral, perguntou se ela achava que ele podia viajar de avião naquela manhã.
- Nunca tomo um avião sem antes consultá-la - comentou en passant, como se a coisa mais natural do mundo.
Superstições e crendices à parte, a impressão que me ficou é a de um menino que se agigantou sem nunca ter crescido.
Saravá, "amigo" de eternos minutos! Sigo seu conselho até hoje. E, o pior, ou melhor, funciona!

Rio de Janeiro - 2004.


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©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
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