| Abraham Palatnik |
Abraham Palatnik é fundador da arte tecnológica no Brasil e, reconhecidamente, um dos pioneiros da Arte Cinética, no que respeita ao binômio luz e movimento.

Na presente mostra, o artista apresenta duas novas séries de trabalhos realizadas este ano, nas quais reabre, com novos argumentos visuais, a discussão em torno da relação suporte-superfície, estabelecendo um jogo entre desconstrução e re-construção. Com efeito, em seus novos trabalhos, bidimensionais, Palatnik começa por ocupar, com tinta acrílica, amplas áreas de cor sobre tecido ou lâminas de madeira. A seguir, empregando equipamento a laser, o suporte é fatiado, resultando dessa operação estreitas faixas-de-cor que, remontadas sobre um novo suporte de madeira, vão permitir ao artista criar surpreendentes estruturas visuais, nas quais fundo e superfície, o real e o virtual já não se distinguem nitidamente.

Um outro segmento da mostra, reúne um aparelho cinecromático (1955-2004) e três objetos cinéticos, sendo dois datados de 1996-2004 e um de 1968-2001, acompanhados com respectivos croquis originais, três progressões construídas com cartão duplex em 2000 e o protótipo de uma escultura prevista para ser implantada a doze metros abaixo do nível do mar de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

Frederico Morais, o curador da mostra, foi também o responsável pelas duas maiores retrospectivas do artista, realizadas no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, em 1999, e na Galeria Nara Roesler, em 2000, que, por apresentarem um panorama completo da obra do artista, possibilitaram uma visão totalizadora de seu trabalho criador, ao mesmo tempo em que revitalizaram sua carreira. Com efeito, entre 1999 e 2004, Palatnik esteve presente em cerca de 30 mostras individuais e coletivas no Brasil, América Latina, Europa e Estados Unidos, entre as quais cabe destacar Art Construtif, Art Cinétique d’Amérique Latine, na Galeria Denise René, de Paris, em 1999, Heterotopias-Médio Siglo sin lugar, no Centro de Arte Reyna Sofia, 2000 e Inverted Utopias, Avant-garde Art in Latin América, no Museu de Belas Artes de Houston, Estados Unidos. No mesmo período participou, via Galeria Nara Roesler, das feiras de arte em Madrid (Arco), Buenos Aires, México e Chicago, recebeu três prêmios no Brasil e um no Chile, passando a integrar o acervo de novos museus e coleções públicas e privadas, no Brasil e no exterior. Tudo isso deu maior visibilidade à sua obra, que voltou a ser uma das referências da arte construtiva brasileira e latino-americana, depois de relativo esquecimento.

No texto de apresentação da mostra, Morais sustenta que nunca é demais, num país que prima pela amnésia, relembrar e reafirmar a importância do pioneirismo de Palatnik no âmbito da Arte Cinética mundial. Mas é preciso, ao mesmo tempo, prestar atenção na sua produção posterior aos aparelhos cinecromáticos e objetos cinéticos, que vistos hoje ainda se mantém atuais e sedutoramente hipnóticos. Mas as diversas séries de progressões ou relevos progressivos, realizadas a partir da segunda metade dos anos 1960, com diferentes materiais, das quais os trabalhos atuais são um desdobramento, não menos inovadores, atraentes ou reveladores da coerência interna de sua obra. Aos 77 anos, Palatnik segue ativo e criativo, surpreendendo sempre com novas propostas.

Rio de Janeiro 2004


Para adquirir obras de arte, basta enviar Email - será encaminhado ao próprio artista ou ao seu galerista/marchand.

Artista, Escritor e +: ASSINE o RIOART e mostre suas criações aos qualificados leitores do Jornal e da Newsletter/InformArt enviada p/ jornalistas, galeristas, marchands, colecionadores, arquitetos, decoradores, críticos, editores, livreiros, leitores, produtores culturais, aficionados e afins: Email + 21 2275-8563 + 9208-6225


©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
Retornar ao Portal