Mitie Ywamoto
Uma colorista genial ou cor como veículo de intensas emoções©Alexandros Papadopoulos Evremidis*
Ao passearmos o olhar pelas telas de Mitie Ywamoto, nossa atenção fica imediatamente seduzida; mais, é tornada refém de um atributo que, a rigor, é a essência mesma dessa arte chamada pintura. Afinal, desenhista desenha, gravador grava, escultor esculpe e pintor, bem, já dissemos, pintor pinta. E para pintar ele tem que dispor de cor. Mas também não é só isso. Um pintor de paredes faz isso - pega do pincel e faz os cortes, segura o cabo do rolo e caia as paredes. E pronto, a pintura dele está terminada. Já com o pintor-artista, a obra começa exatamente onde o do pintor de paredes parou. Essa é a fase da preparação da tela e que serve de suporte para a cor que ela vai receber, ou seja, é agora que vai-se proceder à pintura propriamente dita - a pintura artística! Aliás, me ocorre que o que o pintor de paredes faz é justamente uma preparação - deixar a parede limpinha e ordenada para ela receber, suspensa nela, a pintura maior, na forma de um quadro que ali ficará exposto à apreciação do humano com sede de emoção e estética - destinatário final da criação.
E depois, mesmo no campo artístico, há pintores e pintores. Não basta ir aplicando as tintas a torto e a direito e pronta estará a obra-prima. Nem mesmo um "action painter", ao contrário do que os desavisados pensam, age assim. É preciso que isso seja feito criteriosamente, com técnica - que também um primitivo acaba adquirindo empiricamente -, com conhecimento de causa, com infraestrutura teórica e prática, e também com intuição e sensibilidade, com equilíbrio e harmonia. Cada cor tem seus próprios tons e subtons, suas cores afins e suas complementares, aquelas com quem convive amorosamente e as outras com quem briga em agressiva dissonância. Isso sem falar naquelas com as quais se mistura e se casa para formar novas cores, novas nuances, novos matizes e tonalidades cromáticas.
Na verdade, todo esse preâmbulo é dedicado à Mitie Ywamoto e com a única finalidade de identificar e qualificá-la, dizer que ela é detentora dos atributos necessários a um grande artista - colorista de mão cheia, que, claro, guardadas as devidas proporções, e as particularidades de época e estilo, nada deve a um Tintoretto, a um Ticiano, Gauguin, Matisse. Curiosamente, embora sua coloração seja intensa, explosiva mesmo, o impacto sobre o espectador é altamente pacificador e aquietante, lírico e onírico mesmo. Seus motivos, ainda que não estritamente figurativos, já que se diluem sob a enxurrada cromática luminista certamente contribuem para isso - talvez por uma questão de memória afetiva atávica, ela revela as melhores tendências orientais ao pintar passarinhos, flores, paisagens que nos comunicam, mais que mera representação, sentimentos gentis e delicados.
Bem, mas ainda não falamos do principal - Mitie Ywamoto pinta por necessidade vital e visceral, por sobrevivência intelectual e emocional. Inadvertidamente, confidenciou-me, comprimindo significativamente o ventre com as mãos, que sente uma "coisa" brotar bem lá no fundo dela, tomar forma e crescer, exigindo o direito à expressão. Se grávida estivesse, daria à luz um ou mais filhos. Por compensação a "coisa" sobe-lhe à cabeça e comanda o braço, a mão possuidora do pincel para ... dar à luz da mesma forma - não é assim que todo criador se reporta às suas criações? -, fazer a alquimia - pintar e nos dar a luz e a cor - que esta sem aquela não há, já que sua precípua função! E faz isso, repetimos, compulsoriamente! E ainda assim com o domínio seguro de um idioma pictórico pessoal e proprietário, mesmo quando aqui e ali intuímos a discreta e eclética presença de um ou outro mestre, o que só a engrandece - prova de que assimilou e incorporou o espírito e agora o passa adiante, personalizada e amalgamada com e por seu próprio daimon!
Em tempo: embora mera coincidência, não deixa de ser ilustrativo o fato de seu nome - Mitie - significar "Caminho da arte". Pois que o trilhe com arte e nos brinde com mais luz e mais cor, que tanta falta fazem nos tempos monocromaticamente sombrios em que vivemos, resgatando a Beleza esteja ela onde estiver e da forma que mais lhe aprouver.
Rio de Janeiro 2006
Alexandros Papadopoulos Evremidis = > escritor crítico > E-mail
Alvorecer - 1,00x1,00m
Amanhecer na Enseada - 1,60x1,70m
Bambuzal - 1,10x1,40m
Bambuzal do Brasil - 1,50x0,90m
Beija-Flor - 1,50x0,90m
VITAE Artista: Mitie YwamotoHistórico:
Nascida na cidade de São Paulo, Mitie Ywamoto transferiu-se muito jovem para o Rio de Janeiro, dando continuidade aos seus estudos de pintura, inicialmente no atelier de Antonia de Vito e em seguida com os artistas José Luiz Vasconcelos e Sebastião Rodrigues, além do curso de desenho a carvão e pintura na Sociedade Brasileira de Belas Artes. Fez cursos de História da Arte com os professores Flávio Pinto e Gustavo Shinnor. Atualmente, Mitie Ywamoto vem ganhando grande destaque nas mostras realizadas por artistas de origem nipo-brasileira e já começa a fazer parte da história contemporânea da arte brasileira, tendo quadros em vários Estados (RJ, SP, RS, DF, MG, BA, entre outros), além de representar com sua arte o exímio grupo de seletos artistas que hoje tem obras (em coleções particulares) em países como França, Itália, Canadá, Estados Unidos, Portugal, Inglaterra, Holanda, Finlândia, Alemanha, Espanha, Uruguai, Porto Rico, México, Japão, entre outros.Exposições individuais:
1988 - Espaço Cultural Mokiti Okada São Paulo - SP
1989 - Galeria Arte Nova Araçatuba - SP
1990 - Galeria de arte CHAGALL Rio de Janeiro
1992 - Salão do Leme Palace Hotel e Salão do Automóvel Club do Brasil Rio de Janeiro - RJ
1993 - Galeria de Arte EUROPA Rio de Janeiro - RJ
1995 - Espaço Cultural Heloísio Rodrigues Rio de Janeiro - RJ
1995 - Galeria Ell Greco Rio de Janeiro - RJ
1996 - Galeria de Arte EUROPA Rio de Janeiro – RJ
1997 - Galeria de Arte CHAGALL Rio de Janeiro - RJ
1997 - Galeria Espaço Cultural Osasco Prefeitura de Osasco - SP
1998 - Galeria de Arte CHAGALL Rio de Janeiro - RJ
1998 - Galeria HB Rio de Janeiro - RJ
1999 - Galeria de Arte CHAGAL Rio de Janeiro - RJ
2000 - Espaço Cultural da assembléia legislativa do Rio de Janeiro - ALERJ.
2000 - Espaço Cultural - Sociedade Germania Rio de Janeiro - RJ
2001 - Espaço Cultural do Jardim Botânico do Rio de Janeiro - de 19/01 a 23/03/001
2002 - Espaço Cultural do Jardim Botânico do Rio de Janeiro - de 13/12 a 06/02/003
2005 - Espaço Cultural do Jardim Botânico do Rio de Janeiro - 14/12/05 a 14/01/2006.Exposições Coletivas
1991 - "Inconformismo, a estética da modernidade"- Salão da Câmara Municipal Rio de Janeiro - RJ
1992 - 3 Artistas - Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal - Ag. Saens Peña Rio de Janeiro - RJ
1994 - Bikoo - Kai - Espaço Cultural do Fluminense - Rio de Janeiro - RJ
1995 - Bikoo - Kai - Espaço Cultural do Fluminense - Rio de Janeiro - RJ
1996 - Bikoo - Kai - Espaço Cultural do Centro Empresarial do Edifício Argentina - Rio de Janeiro - RJ
1997 - Bikoo - Kai - SESC de Copacabana - Rio de Janeiro - RJ
1997 - Espaço Cultural da Defensoria Pública do Rio de Janeiro
1998 - " Sete Mulhres de Sete Samurais" - Espaço Cultural da Faculdade da Cidade Humaitá - Rio de Janeiro - RJ
1998 - Espaço Cultural do Museu do Ingá - Niterói - RJ - Evento Comemorativo dos 90 anos da Imigração Japonesa ao Brasil.
1998 - Bikoo - Kai - Espaço Cultural do Centro Empresarial do Edifício Argentina - Rio de Janeiro - RJ
1998 - Museu do Telefone - Rio de Janeiro - RJ
1998 - Exposição coletiva de artistas Nipo-brasileiros - EMERJ Rio de Janeiro - RJ
1999 - Exposição - Sete mulheres de 7 samurais - Centro Cultural e Informativo do Consulado do Japão - Rio de Janeiro - RJ
1999 - Bikoo-Kai - Espaço Cultural do Centro Impresarial Brasil-Argentina - Rio de Janeiro - RJ
2000 - Exposição Sete mulheres de 7 samurais - Centro Cultural e Informativo do Consulado do Japão - Rio de Janeiro - RJ
2000 - Bikoo-Kai - Espaço Cultural do Centro Impresarial do Brasil-Argentina Rio de Janeiro - RJ
2001 - Bikoo-Kai - Espaço Cultural do Centro Impresarial Brasil-Argentina Rio de Janeiro - RJ
2001 - Exposição "Grupo de 3 artistas nipo-brasileiras" (21/03/001 - 15/04/001) Sociedade kanazawa - Tókio - Japão
2002 - XIV Exposição Bikoo-Ten - Museu Nacional de Belas Artes ( 27/08/2002 - 28/09/2002) - Rio de Janeiro - RJ
2003 - XV Exposição Bikoo-Ten - Espaço Cultural do Centro Impresarial Brasil-Argentina ( 25/11/03 – 18/12/03) – Rio de Janeiro - RJ4 - Salões
1990 - XXV Salão de Maio - Menção Honrosa - Sociedade Brasileira de Belas Artes
1990 - I Salão de Artes Plásticas - CBISS - Clube Naval do Rio de Janeiro - RJ
1990 - IV Salão de Artes Plásticas - Menção Honrosa - Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro - RJ
1991 - XXI Salão de Belas Artes - Clube Naval do Rio de Janeiro - RJ
1992 - VI Salão de Artes Plásticas - Medalha de Ouro - Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro - RJ
1992 - XXI Salão de Belas Artes - Menção Honrosa - Clube Naval do Rio de . Janeiro - RJ
1998 - Associação Brasileira de Desenho e Artes Visuais - Medalha de Ouro - Rio de Janeiro - RJ"No trabalho de Mitie Ywamoto não existe o compromisso com o real, mas a aliança com a poesia, a parceria inevitável com o imaginário. Mitie é uma artista consciente do caminho escolhido e o faz com competência e talento" - Sebastião Rodrigues - Artista Plástico e Professor de Artes
"As pinturas de Mitie Ywamoto, além de seu lado puramente pictórico - que nos conduz a um mundo de lírica harmonia cromática - revelam aspectos misteriosos da natureza e do espírito humano" - Flávio Pinto - Professor de História da Arte.
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©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
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